EU
VOTO NO PARTIDO?!
Nossa
debilitada mentalidade política brasileira está muito longe de poder ser
chamada de democrática, participativa ou coisa do tipo. Somos tão doentes e
dependentes daqueles que se locupletam do poder, e dele não aceitam sair, que
deixamos de viver ao nível da tolerante coerência e beiramos a insanidade plena
ao desbravarmos as ruas em piquetes de arruaça que afrontam não apenas os
adversários, mas toda uma sociedade, e tudo isso porque somos medi0cremente
induzidos a agir assim desde que os patrícios portugueses aqui aportaram, lá
por 1500. Desde então, aprendemos que política se faz com deslealdade, falta de
ética e respeito ao concorrente e seus coligados, fomos adestrados a repetir
gestos e atitudes que mais nos aproximam de animais irracionais do que de seres
pensantes e dotados do mínimo de consciência e respeito.
A
política é o exercício soberano da cidadania, é uma festa que deve ser
espontânea do povo e não manipulada por aqueles que fazem da pirotecnia um
instrumento devassador de ideias e fomentador de discórdias e intolerâncias
entre seus ferrenhos defensores, que se travestem de partidários, mas de nada
passam que não de capachos dos interesses escusos e dos caprichos personalistas
de políticos pobres na prática na ação militante em benefício daqueles a quem
arvoram representar, sem conteúdo a oferecer.
Enquanto
as ruas se entopem de carros, motos, bicicletas e até animais de transporte
ornados em trajes que ostentam essa ou aquela cor, os guias eleitorais pouco ou
nada propõe de novo e nessa condição, nos desvela que os próximos gestores nada
trarão de melhoria à qualidade de vida de nossa gente. Enquanto isso crianças
morrem nos hospitais por falta de estrutura adequada, pessoas perdem a vida em
acidentes de transito provocados pela precariedade de nossas estradas ou por
falta de uma gestão contundente e responsável do transito que não crie, mas que
apenas coloque em prática o código brasileiro de transito que já existe e que
precisa ser plenamente posto em prática, a fim de outras tantas vidas não sejam
ceifadas pelo espirito da impunidade cega, ou serviu, das autoridades
paroquianas.
Enquanto
a cidade sucumbe à crise estrutural de que é vítima pela sanha irresponsável de
grupos que se degladiam como os bárbaros romanos, nossos ouvidos são aturdidos
pela frenética repetição de jingles pouco criativos, bastante ofensivos e nada
propositivos que repercutem nomes, siglas, falas e farsas, enquanto que aquilo
que é realmente esperado não vem; o compromisso público de mudança do atual
cenário de ostracismo pelo qual passa a Capital das confecções, ou será que
apenas este colunista percebeu que a feira vem decaindo semana após semana, que
as vendas nunca foram tão diminutas e que nunca tivemos tantos prejuízos como
os acumulados por boa parte dos feirantes ao longo dos últimos meses? E onde
estavam os três parlamentares da cidade? O que fizeram para reverter esse
quadro?
A
resposta é muito simples, estavam defendendo seus interesses pessoais e de seus
grupos, buscando nomeações, fechando parcerias e coligações, ampliando bases e
horizontes e legando Santa Cruz àquilo que ela é e sempre foi, altaneira no
trabalho independente das centenas de confecções, empresas e equipamentos
comerciais que, estes sim, nutrem e sustentam a economia regional, não fosse assim,
estaríamos ainda piores do que estamos.
Política
se faz com dignidade, com respeito ao povo, sobretudo, com debate de ideias e
com a união de todos pelo bem comum dos mais necessitados, sem rancores nem
assaques pessoais, esse sim é o jeito certo de fazer política, infelizmente
algo difícil, quiçá, impossível de algum dia se ver por essas bandas, enquanto
isso continuamos testemunhando os absurdos que a politicagem vil e gratuita tem
nos oportunizado eleição após eleição.
É
lamentável, mas é a realidade.
(*) Prof. Ednaldo Jr.
(colunapoliticadiretodecaruaru@gmail.com)
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