domingo, 23 de setembro de 2012

O monge em chamas





A Guerra do Vietnã que foi iniciada no final dos anos de 1950 e teve seu fim em 1975, foi uma das mais sangrentas guerras em que os norte-americanos participaram. É nesse contexto que o nosso personagem da foto e do título do artigo aparece, um monge budista chamado Thich Quang Duc diante de mais de 500 pessoas em 1963, que protestava e procurava chamar a atenção mundial para a repressão sofrida pelos monges budistas sob o governo católico de Ngo Dinh Diem no Vietnã do Sul, que era apoiado pelos EUA. De uma forma radical, resolveu atear fogo em seu próprio corpo, eis que apenas um repórter presenciou tal ação. Malcolm W. Browne foi o fotógrafo que fez mudar os rumos da Guerra do Vietnã, na época, a foto chocou por demais a opinião pública e fez com que a Casa Branca repensasse o apoio dado a Ngo Dinh Diem. Na época, a foto do monge se banhando em combustível e ateando fogo a si mesmo virou a imagem principal dos maiores jornais do mundo.

Um jornalista, uma pessoa comum fez mudar mesmo que de forma lenta, o rumo de milhares de pessoas por um simples ato de noticiar aquilo que de fato estava acontecendo. No mundo atual, os diversos tipos midiáticos fazem com que não apenas os jornalistas, mas as pessoas ditas comuns também possam trazer fatos noticiosos e exprimam sua opinião a cerca de diversos assuntos.

Pensar e modificar nossa realidade são situações puramente humanas. O homem é o único ser capaz de perceber e apreender os fatores inerentes a sua existência. Essas habilidades é que nos faz um ser que se comunica e que se faz compreender através dos processos de comunicação, somos um alguém que existe no mundo e para o mundo, não podendo, portanto jamais assumir uma postura de neutralidade.

A evolução pode acontecer em nosso país, estado, cidade, o poder da informação está em nossas mãos para que possa acontecer uma verdadeira revolução. Nos dias atuais a informação tornou-se vital para tudo que nos cerca. A mudança do que nos cerca está em nossas mãos a todo o momento. Se nos calarmos para os descasos cotidianos, seremos tão culpados quanto os que praticaram tais atos. Não precisa ser tão radical quanto o monge em chamas, mas fale, grite, esbraveje, sussurre, não importa como, mas faça acontecer.

Uma ação mesmo que simples poderá mudar o rumo de muitos, uma foto, uma informação, um vídeo, um simples ato de expor o que lhe incomoda poderá fazer a grande diferença para um futuro melhor.

Encerro este artigo com uma frase do grande Paulo Freire:

“Ninguém pode estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra.”

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