terça-feira, 3 de julho de 2012

Política Direto de Caruaru

A partir dessa semana, sempre que possível, o professor Ednaldo Júnior trará breves análises da conjuntura política regional e estadual de forma forte e simples. Vamos conferir portanto, o seu primeiro artigo:


Por Ednaldo Jr.*

As idas e voltas no Campo das Princesas.

A política é verdadeiramente dinâmica, como já dizia Tancredo Neves, principal articulista da redemocratização brasileira de 1985, porém, de tão dinâmica a política acaba se tornando incongruente com seus próprios princípios éticos. Ato contínuo é confundir política com politicagem, visto que a primeira é imprescindível aos interesses coletivos de nossa sociedade, enquanto que a segunda é inteligível apenas aos atos individuais ou de pequenos grupos que como numa dinastia se locupletam desde muito tempo do controle dos destinos da gestão pública.

Numa região como a nordeste, em que a precarização das relações sociais e econômicas de grande parte da população relegam-nos aos mandos e desmandos de atores inescrupulosos e apenas imbuídos de satisfazer seus próprios interesses e passível de observar que entre o discurso e a práxis política há um hiato bastante considerável. 

Os últimos acontecimentos que tem marcado o processo eleitoral em Pernambuco, e especialmente no Recife, denotam atitudes que demonstram aquilo que este colunista, m conversas reservadas com amigos blogueiros do estado já vem conjurando; o gradual e paulatino afastamento do Governador e Presidente nacional do PSB Eduardo Campos das hostes do PT e do Palácio do Planalto. Tudo isso porque o resultado do processo eleitoral de 2010 creditou Campos a alçar voos nacionais na eleição de 2014 e todas as projeções passam pelos dividendos eleitorais do grupo de Eduardo no pleito municipal de 2012, e o Recife é a pedra angular desse processo. Um sinal claro desse quadro foi à aproximação entre líderes do tucanato nacional em Pernambuco, a exemplo do Presidente Nacional da legenda e deputado federal pelo estado Sérgio Guerra, que em nome da dita GOVERNABILIDADE, tangeu toda a base peessedebista para os braços ternos do herdeiro do clã Arraes, em troca cargos nos escalões do governo e apoio político às pretensões nacionais de Eduardo campos em 2014. A cartada final foi dada há duas semanas, quando diante do imbróglio criado quanto à escolha do candidato do PT à prefeitura do Recife entre os três nomes postulantes entre os quais o atual prefeito João da Costa, o do deputado Maurício Rands e do Senador Humberto Costa, este último homologado pela direção nacional e estadual da legenda a contragosto de JC, que recorreu sem sucesso à executiva nacional da legenda em Brasília. 

Diante dessa crise, Campos protagonizou uma reviravolta no processo eleitoral recifense e lançou a candidatura própria do partido na pessoa de Geraldo Júlio, além de estabelecer uma aliança com o inimigo nº 1 do PT em Pernambuco o Senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) com vistas ao processo de 2014, o que provocou uma reação imediata da cúpula petista que orientou seus filiados a entregarem seus cargos no governo, configurando assim um racha na frente popular encabeçada por Eduardo Campos. 

*Professor de Geografia, Sociologia e Atualidades em Pernambuco e Paraíba.

Um comentário:

  1. O Jornal Diário do ABC publicou nesta quarta-feira matéria alusiva as pretensões de Eduardo Campos e do PSB em pleitear a cadeira máxima do Palácio do Planalto, repercutindo a temática que nós antecipamos aqui no Mala Política. No Mala a verdade faz a diferença.

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