A partir dessa semana, sempre que possível, o professor Ednaldo Júnior trará breves análises da conjuntura política regional e estadual de forma forte e simples. Vamos conferir portanto, o seu primeiro artigo:
Por Ednaldo Jr.*
As idas e voltas no Campo
das Princesas.
A política é verdadeiramente
dinâmica, como já dizia Tancredo Neves, principal articulista da
redemocratização brasileira de 1985, porém, de tão dinâmica a política acaba se
tornando incongruente com seus próprios princípios éticos. Ato contínuo é
confundir política com politicagem, visto que a primeira é imprescindível aos
interesses coletivos de nossa sociedade, enquanto que a segunda é inteligível
apenas aos atos individuais ou de pequenos grupos que como numa dinastia se
locupletam desde muito tempo do controle dos destinos da gestão pública.
Numa região como a nordeste,
em que a precarização das relações sociais e econômicas de grande parte da
população relegam-nos aos mandos e desmandos de atores inescrupulosos e apenas
imbuídos de satisfazer seus próprios interesses e passível de observar que
entre o discurso e a práxis política há um hiato bastante considerável.
Os últimos acontecimentos
que tem marcado o processo eleitoral em Pernambuco, e especialmente no Recife,
denotam atitudes que demonstram aquilo que este colunista, m conversas
reservadas com amigos blogueiros do estado já vem conjurando; o gradual e
paulatino afastamento do Governador e Presidente nacional do PSB Eduardo Campos
das hostes do PT e do Palácio do Planalto. Tudo isso porque o resultado do
processo eleitoral de 2010 creditou Campos a alçar voos nacionais na eleição de
2014 e todas as projeções passam pelos dividendos eleitorais do grupo de Eduardo
no pleito municipal de 2012, e o Recife é a pedra angular desse processo. Um
sinal claro desse quadro foi à aproximação entre líderes do tucanato nacional
em Pernambuco, a exemplo do Presidente Nacional da legenda e deputado federal
pelo estado Sérgio Guerra, que em nome da dita GOVERNABILIDADE, tangeu toda a
base peessedebista para os braços ternos do herdeiro do clã Arraes, em troca
cargos nos escalões do governo e apoio político às pretensões nacionais de
Eduardo campos em 2014. A cartada final foi dada há duas semanas, quando diante
do imbróglio criado quanto à escolha do candidato do PT à prefeitura do Recife
entre os três nomes postulantes entre os quais o atual prefeito João da Costa,
o do deputado Maurício Rands e do Senador Humberto Costa, este último
homologado pela direção nacional e estadual da legenda a contragosto de JC, que
recorreu sem sucesso à executiva nacional da legenda em Brasília.
Diante dessa
crise, Campos protagonizou uma reviravolta no processo eleitoral recifense e
lançou a candidatura própria do partido na pessoa de Geraldo Júlio, além de
estabelecer uma aliança com o inimigo nº 1 do PT em Pernambuco o Senador Jarbas
Vasconcelos (PMDB) com vistas ao processo de 2014, o que provocou uma reação
imediata da cúpula petista que orientou seus filiados a entregarem seus cargos no
governo, configurando assim um racha na frente popular encabeçada por Eduardo
Campos.
*Professor de Geografia,
Sociologia e Atualidades em Pernambuco e Paraíba.
O Jornal Diário do ABC publicou nesta quarta-feira matéria alusiva as pretensões de Eduardo Campos e do PSB em pleitear a cadeira máxima do Palácio do Planalto, repercutindo a temática que nós antecipamos aqui no Mala Política. No Mala a verdade faz a diferença.
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