sábado, 18 de agosto de 2012

ELEIÇÕES: FESTA DA DEMOCRACIA?



O Brasil sempre esteve marcado por levantes incisivos em favor da edificação dos pilares de uma sociedade mais justa, equânime e dotada dos ideais de democracia pelo qual tanto lutamos e de que tanto dependemos.  O ato democrático sugere a participação efetiva do indivíduo enquanto agente postulante ativo da sociedade de que é parte elementar e ator mais importante.

Muitos legaram sua existência à emergência de uma sociedade primada nos valores éticos e morais que foram forjados como instrumentos decisivos para o fortalecimento dos princípios coletivos, plurais e de interesse comum da população, e tiveram ceifado o seu maior patrimônio, a vida. Somos órfãos de uma democracia piegas, insipiente, desprovida de fundamentos consistentes que a ponham em riste e assegurem aos seus filhos à primazia da soberana independência, plena das amarras do poder político que oprime, lesa, avilta e inibe qualquer dileção aos que se postam contrários aos que estão no controle da gestão e do poder, ente transitório, assistêmico e frágil em sua exiguidade.

Vendem-nos a democracia, sua luta e busca, como o primor maior de nossa classe política que cinge-se de seus princípios como a marca soberana das carências de nosso povo.
A letargia de um Estado burocrático e retraído em seus próprios entraves e contrassensos, essa é a marca indelével da incomum democracia brasileira, singular em suas premissas; plural e unanime em sua devassidão amoral.

Como nos folguedos interiorioranos, nossa estulta democracia esconjunta-se em cordões azul e encarnado, onde os de cá escarnam os de lá, e vice e versa. Essa é a cara do pensamento político brasileiro, essas são nossas ideologias, doentes e cegas de valores concretos e que cedem espaço às defesas intransigentes de nomes e não de projetos, grupos e não de um coletivo, de governos e não do Estado.

Ainda no interior do nordeste, permanecemos acometidos pelo vírus incurável da alienação e do desdenho, para mergulhar de cabeça nas malas que servem única e tão somente para acirrar ainda mais os ânimos, já exaltados, dos agentes envolvidos no processo. A festa da democracia mais parece um carnaval fora de época, regado à embriaguez alcoólica e ideológica de tantos que detestam política e amam a politicagem barata e torpe, típica dos nossos políticos de tarimba.

Democracia é edificar uma sociedade sobre pilares sólidos de probidade, é assegurar que todos tenham direitos e deveres legítimos segundo as regras que regem o Estado e o tornam austero e progressista, algo pouco contemplado por essas bandas do velho nordeste. Os coronéis se multiplicam, seus jagunços se enfieiram em trincheiras erguidas para combater tudo e todos que se postem contra os intentos de seus comandantes.

Mister se faz que conscientizemos a cada cidadão dos seus direitos e deveres, que festejar a democracia não implica em venerar semideuses criados nas brumas das sedes partidárias e dos estúdios e produtoras de marketing eleitoral, que ganham estupendas cifras nesses períodos para construírem legados de honestidade inverídica e histórias de abandono pessoal jamais observadas, enfim, nossos políticos são uma farsa como uma farsa é a nossa democracia, rica em futilidades e pobre, miserável em atitudes consistentes em favor da sociedade como um todo.


Prof. Ednaldo Jr.

2 comentários:

  1. Ótimo texto parabéns ao autor.

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  2. Muito obrigado pela gentil deferência à nossa coluna, amigo Sérgio e participe sempre.

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