quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O que dizem no blog . . .


Realmente, Pablo, para uma pessoa que não é operadora do direito, a justiça não tem nada de simples. Um dos temas atuais de maior complexidade e importância, não só para juristas e operadores do direito, mas também para filósofos e sociólogos, diz respeito aos estudos relacionados à justiça.

Não se pode perder de perspectiva que o Direito é também um fenômeno cultural e, em razão disso, jamais poderá ser entendido como autossuficiente para sanar os problemas da complexidade social. O operador do direito precisa antes de tudo ser um conhecedor de seu mundo, de sua sociedade, enfim, da realidade que lhe bate às portas. 

A eminente Ministra Eliana Calmon  ao ser empossada no cargo de corregedora do Conselho Nacional de Justiça - CNJ, declarou o seguinte: "Pela primeira vez, foram feitos diagnósticos oficiais do funcionamento da prestação jurisdicional, dos serviços cartorários. Pela primeira vez, veio a conhecimento de todos, até dos próprios protagonistas da função judicante, o resultado de uma justiça cara, confusa, lenta e ineficiente".

Por outro lado, é compreensível que às vezes haja um anseio popular, ou mesmo particular, para o julgamento de uma determinada questão. Entretanto, há que se entender que um magistrado não pode decidir além ou fora do pedido, são as limitações da atuação de um juiz no exercício dos poderes jurisdicionais. Por outro lado, a tarefa, de reconstruir a verdade dos fatos, não é fácil de ser cumprida, resultando, não raro, que se alcance apenas a verdade processual. O processo, muitas vezes, produz apenas uma certeza do tipo jurídica, mas que pode, sim, não corresponder à verdade da realidade dos fatos. Digo isto de uma maneira geral. Não estou fazendo comentário algum sobre fato concreto que seu texto se referia, tanto por questões éticas, que me impedem de tecer qualquer tipo de comentário, quanto pelo fato de eu não possuir qualquer elemento objetivo que me permita formar um Juízo de valor sobre a questão, que isso fique bem claro. 

Todavia, querer que o judiciário resolva uma questão que envolve vários aspectos, com um toque de mágica, realmente é muito difícil, e infelizmente as coisas não se resolvem desta maneira.

De qualquer forma, já é possível se verificar um movimento de cidadania crescente, onde o povo anseia por uma maior participação, e para isso é necessário que cada um tome consciência não só dos seus direitos, mas acima de tudo, de seus deveres, assumindo suas responsabilidades. Ou seja, que cada um cumpra de fato seu papel social, e só ai teremos uma sociedade mais próxima do ideal de equilíbrio, equidade e justiça.

Assina: Sônia Neves de Assis - advogada

Comentário postado em: Nota de esclarecimento aos leitores

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