sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Política direto de Caruaru


O Brasil do Faz de Contas.

Os anos turvos da ditadura no Brasil deixaram marcas profundas no seio da população, temerosa de que os grilhões daquele nefasto período de nossa recente história possam ser erigidos novamente. A cada aceno nesse sentido, tememos que um ato de intolerância mais agudo, remeta-nos à um novo turbilhão de crises sociais, políticas e institucionais que nos mergulhe outra vez nas brumas da perseguição que, outrora, reinaram em nossa pátria.

O que vimos esses dias, e até mesmo do que fomos vítimas neste espaço, deu-nos a certeza de que vivemos uma crise de identidade em nossas instituições, onde o entendimento desse ou daquele agente de poder se arvora soberbamente acima do bem e do mal, portanto, submetendo aqueles que se valem do direito líquido e certo, e mesmo constitucional, de externar suas considerações e compreensões dos eventos de ordem social e coletiva às tratativas de que entendem tais entes estarem sob suas orientações a máxima decisão.

A crise moral porque passa o Brasil nos últimos tempos nos lega a vários questionamentos sobre o que a organização política do Estado brasileiro versa como ordem expressa, levando-se em consideração que leis e medidas punitivas têm peso e rigor para uns e não para outros, deixando impactado e confuso o povo brasileiro, que vê e ouve falar de leis, de Propostas de Emendas a Constituição (PECs) e outras tantas regulações permitidas e permissivas, mas que não se confundem com os ideais defendidos por seus formuladores e por aqueles que nas ruas, tribunas e logradouros defenderam reformas profundas no código eleitoral brasileiro, visando banir definitivamente da cena pública atores políticos marcados por desvios de conduta ética e moral. Um exemplo disso é a Lei da Ficha Limpa, que existe de fato, porém questiona-se em seu direito, pois comum está sendo ver indivíduos que por esta ou aquela conveniência, tiveram mandatos e postulações a cargos eletivos subtraídos pelas cortes eleitorais do país, desde as mais altaneiras, até as provincianas comarcas do interior do país. Na contramão desse processo, amontoam-se agentes políticos que tentam se escudar de um passado tenro à custa de alegações jurídicas que deixam um ar de questionamento quanto ao mérito de tais citações.

A lei da ficha limpa deve ser vivida na sua essência, e não como algo alegórico e meramente eivado de simbolismos vis e inconsistentes em sua aplicabilidade. A ideia de uma política limpa, sem manchas e despida da ganancia desvairada de uma meia dúzia de pelegos que incham os palácios e parlamentos do Brasil, parece ainda muito distante de nossa realidade tupiniquim, o que nos infere a certeza de que a verdadeira reforma política deste país nascerá de nossa parte, o eleitorado, ao recorrermos ao que temos como maior e mais significativa arma em nossas mãos contra tais desmandos; o voto, ainda livre no Brasil que vivemos e defendemos.


Prof. Ednaldo Jr. 

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