quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Resposta referente a matéria: "Rio Capibaribe mais uma vez sofre com a ganância por dinheiro"‏


A água do Capibaribe é classificada como Classe II pela Resolução CONAMA Nº. 20, de 24.10.1996, não se prestando para  consumo humano e para uso domestico, só após o tratamento convencional. O rio  recebe, neste trecho, grandes cargas orgânicas e de coliformes, desde o  Distrito de Poço Fundo ate a Cidade de Santa Cruz. Os esgotos são despejados em seu leito. Contribuem ainda, as fazendas, casas isoladas, animais dentro do rio, motel, pontos comerciais (como do Sr. Paulo Andre, em frente a sua fazenda Fieza, instalado na APP do rio, margem imediata, onde construiu churrasqueira, sanitários feminino e masculino, onde instalou dezenas de mesas-bancos, freezer, banho de bica, etc). Esta denuncia já se encontra nos arquivos do DNPM e CPRH, com cobertura fotográfica.

A água que abastece Santa Cruz, pela COMPESA, vem em um canal de cimento desde a barragem de Poço Fundo. Este canal esta implantado na margem esquerda do Rio Capibaribe e vai para estação de tratamento na cidade.

A lavra desta areia. no leito seco e assoreado do rio, é feita através de um canal central, onde as margens ficam intactas, protegidas e que posteriormente se revelam  reservatórios,mananciais de águas que são utilizadas pelos moradores ribeirinhos para irrigar suas lavouras, agriculturas familiares, plantio de capim para ração animal, etc. 
O argumento que estas águas vão evaporar é falho. Todos os mananciais existentes no mundo sofrem evaporação. É um fator cíclico, a água vai e volta. O rio Capibaribe completa um ciclo de 4 anos sem secar. O pequeno filete de água persiste e pode ser visto em seu leito, percorrendo um estreito canal fabricado pela própria  e que são mantidos, preservados e melhorados nas áreas de lavra, como pode ser visto também, na lavra em frente a Fazenda Fieza.

Esta lavra tem a aprovação do Departamento Nacional de Produção Mineral, DNPM e da CPRH, Agencia Estadual de Meio Ambiente do Estado de Pernambuco.

O ato de dragar o rio, limpar a sua calha, hoje totalmente assoreada, já é de fato sua revitalização. O Rio era fundo e ficou raso. Queremos com isto torna-lo novamente navegável. Segundo o Sr. Paulo Andre me disse quando tirava areia em frente a sua Fazenda (Fieza), que seu pai dizia que ali o Rio tinha uma profundidade de 10 metros.
Inclusive tem um marco de cimento identificando o local.

O canal aberto vai evitar a  destruição das margens pela ação das  águas torrenciais que solapam as ribanceiras, carreando os sólidos e arrancando as arvores e ainda causam enchentes nas cidades que estão em seu caminho, como acontece com Santa Cruz. Estas águas vão ser drenadas para o canal aberto, perder velocidade de destruição. Vão atingir as paredes do mesmo, desagregando os sólidos e depositando novamente em seu leito, dando inicio a nova limpeza.

O projeto apresentado ao DNPM prevê a recuperação das margens com replantio de espécies nativas e gramíneas para recuperar a mata ciliar e protege-la contra voçorocas, sulcamentos e desbarrancamentos das margens e ainda construção de muros de arrimo, fazendo com que os ambientes sejam urbanizados. Este projeto tem muito a ver com que esta em estudo, "Uma janela para o Rio Capibaribe".

Estou a disposição para qualquer esclarecimento que se faça necessário.

Abraço

Jose Eurico Machado da Silva
Geólogo CREA 1721 D- PA
UFPE !970

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