A água do Capibaribe é
classificada como Classe II pela Resolução CONAMA Nº. 20, de 24.10.1996, não se
prestando para consumo humano e para uso domestico, só após o
tratamento convencional. O rio recebe, neste trecho, grandes cargas orgânicas e
de coliformes, desde o Distrito de Poço Fundo ate a Cidade de Santa
Cruz. Os esgotos são despejados em seu leito. Contribuem ainda, as fazendas,
casas isoladas, animais dentro do rio, motel, pontos comerciais (como do Sr.
Paulo Andre, em frente a sua fazenda Fieza, instalado na APP do rio,
margem imediata, onde construiu churrasqueira, sanitários feminino e
masculino, onde instalou dezenas de mesas-bancos, freezer, banho de bica, etc).
Esta denuncia já se encontra nos arquivos do DNPM e CPRH, com
cobertura fotográfica.
A água que abastece Santa
Cruz, pela COMPESA, vem em um canal de cimento desde a barragem de Poço Fundo.
Este canal esta implantado na margem esquerda do Rio Capibaribe e vai para
estação de tratamento na cidade.
A lavra desta areia. no leito seco e
assoreado do rio, é feita através de um canal central, onde as
margens ficam intactas, protegidas e que posteriormente
se revelam reservatórios,mananciais de águas que são
utilizadas pelos moradores ribeirinhos para irrigar suas lavouras, agriculturas
familiares, plantio de capim para ração animal, etc.
O argumento que
estas águas vão evaporar é falho. Todos
os mananciais existentes no mundo sofrem evaporação. É um
fator cíclico, a água vai e volta. O rio Capibaribe completa um ciclo de 4
anos sem secar. O pequeno filete de água persiste e pode ser visto em
seu leito, percorrendo um estreito canal
fabricado pela própria e que são mantidos, preservados e
melhorados nas áreas de lavra, como pode ser visto também, na lavra
em frente a Fazenda Fieza.
Esta lavra tem a aprovação do
Departamento Nacional de Produção Mineral, DNPM e da CPRH,
Agencia Estadual de Meio Ambiente do Estado de Pernambuco.
O ato de dragar o rio, limpar a sua
calha, hoje totalmente assoreada, já é de fato sua revitalização. O Rio era
fundo e ficou raso. Queremos com isto torna-lo novamente navegável.
Segundo o Sr. Paulo Andre me disse quando tirava areia em frente a sua Fazenda
(Fieza), que seu pai dizia que ali o Rio tinha uma profundidade de 10 metros.
Inclusive tem um marco de cimento
identificando o local.
O canal aberto vai evitar a
destruição das margens pela ação das águas torrenciais que
solapam as ribanceiras, carreando os sólidos e arrancando as arvores
e ainda causam enchentes nas cidades que estão em seu caminho, como
acontece com Santa Cruz. Estas águas vão ser drenadas para o canal aberto,
perder velocidade de destruição. Vão atingir as paredes do mesmo, desagregando
os sólidos e depositando novamente em seu leito, dando inicio a nova
limpeza.
O projeto apresentado ao
DNPM prevê a recuperação das margens com replantio de espécies
nativas e gramíneas para recuperar a mata ciliar e protege-la contra
voçorocas, sulcamentos e desbarrancamentos das margens e ainda construção
de muros de arrimo, fazendo com que os ambientes sejam urbanizados. Este
projeto tem muito a ver com que esta em estudo, "Uma janela para
o Rio Capibaribe".
Estou a disposição para qualquer
esclarecimento que se faça necessário.
Abraço
Jose Eurico Machado da Silva
Geólogo CREA 1721 D- PA
UFPE !970
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