DO CONGRESSO EM FOCO
Por 14 votos a três, senadores da Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania do Senado aprovaram o fim das coligações em eleições
proporcionais, para vereadores e deputados. A análise da proposta de
emenda à Constituição nº 40/2011, que altera o artigo 17, foi feita no
âmbito da reforma política que está sendo discutida no Congresso
Nacional. O texto agora segue para apreciação do plenário e se for
aprovado será analisado também pela Câmara dos Deputados.
De acordo com a proposta, as coligações passam a valer apenas para
eleições majoritárias, ou seja, para presidente, governador, prefeito e
senador. A intenção é acabar com os chamados “puxadores de voto”,
candidatos populares que angariam votos para a legenda. “O cidadão vota
em um candidato de esquerda e acaba elegendo um de direita. A soma dos
votos impede que ele tenha a convicção de estar elegendo a proposta que
escolheu”, afirmou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). A proposta também
minimizaria os efeitos das legendas formadas por partidos de ideologias
diferentes.
Outra crítica feita pelos senadores favoráveis ao parecer do relator,
senador Valdir Raupp (PMDB-RO), é que as coligações são feitas, em
alguns casos, só para aumentar o tempo de rádio e televisão de alguns
partidos para que consigam atingir o quociente eleitoral e são
passageiras, estabelecidas durante o período eleitoral por mera
conveniência. O parecer afirma também, que muitas das coligações não
apresentam, inclusive, qualquer afinidade entre os partidos coligados no
tocante ao programa de governo ou ideologia.
O texto mantém a determinação constitucional vigente que assegura
autonomia dos partidos para estruturação e organização interna, que
podem prever em seus estatutos normas de fidelidade e organização
partidária. Também mantém a não obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital e municipal.
O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) defendeu o voto em separado ao
afirmar que as coligações foram as responsáveis por permitir o avanço da
política no país. “Em muitos estados só conseguimos o quociente
eleitoral por causa dessa união”, disse.
A PEC já havia sido aprovada em junho na comissão e estava na pauta
do Plenário, mas retornou à CCJ por causa da aprovação de requerimento
para tramitasse em conjunto com a PEC nº29/2007, que trata do mesmo
tema.
O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) apresentou emenda
prevendo a possibilidade de agregação das legendas em torno de uma
federação de partidos, mas a proposta foi rejeitada pelos senadores.
Valadares já havia apresentado emendas semelhantes quando aconteceu a
primeira votação da proposta na CCJ, quando também foram rejeitadas pelo
relator.
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