DO BLOG SILVA FILHO
JULIO FILHO
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) sugeriu em Plenário, uma reflexão sobre a prática de se enaltecer, como heróis, agentes públicos que recusam suborno.
Logo antes, o senador Jorge Viana (PT-AC) havia mencionado o caso divulgado na mídia no dia anterior, acerca do sargento da Polícia Militar do Rio que rejeitou suposta oferta de R$ 1 milhão para liberar o traficante "Nem", detido pela equipe que comandava.
- Hoje é um dia de homenagem a quem fez esse gesto, mas é um dia de tristeza, de muita tristeza de sermos um país onde ser honesto está virando heroísmo, onde o honesto é herói - disse Cristovam. De acordo com o senador, isso acontece porque a sociedade se desviou do normal a ponto de considerar "herói" quem se conduz dentro do que seria o padrão esperado.
Observou que esse desvirtuamento vem de muito tempo, a começar pela convivência com a escravidão por cerca de 350 anos, com seres humanos sendo comprados e vendidos para trabalhar "debaixo do chicote". Aquilo era uma corrupção. As pessoas não percebiam que era corrupção, na época da escravidão, haver escravos - disse, salientando que eram tidos como "heróis da ética" os fazendeiros que alforriavam alguns escravos.
Cristovam considerou que foi também uma forma de corrupção o país fazer a abolição sem garantir terras e estudo para os ex-escravos. Ele classificou do mesmo modo a atual concentração de terras, o que, em suas palavras, faz "herói" aquele que distribui um pedaço de sua propriedade.
Outras formas de corrupção seriam ainda a falta de escolas de qualidade para os filhos dos pobres e um sistema de saúde degradado para a maioria da população. Isso é ou não é uma corrupção? Mas é uma corrupção natural, aceita, comum, até invisível.
Para o senador, a questão está ainda relacionada com o arraigado "patrimonialismo" no país, onde se tende a privatizar tudo o que deveria ser coletivo e social. Afirmou que o patrimônio coletivo da nação virou objeto da cobiça e da apropriação por grupos. Com isso, afirmou o senador, o país se encontra hoje dividido entre os "céticos" e os "cínicos", esse o grupo dos que consideram normais teses como a do "rouba, mas faz", "rouba, mas é dos nossos" ou, no extremo, "todos roubam, por que é que não vou roubar também?".
Cristovam também questionou se o combate ao tráfico no Rio de Janeiro continuará depois da Copa e das Olimpíadas ou se esse processo seria apenas para atender as contingências dos dois eventos - conforme disse, "ações para "inglês ver.
poes e o povo que escolhe deputado federal com processo de acuzaçao de formador de quadrilha viciado em licitar notas super faturamanto desvio de merenda que cultura de onestidade tem esse povo? quando tem um onesto vira heroi kkkkk
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